sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ler devia ser proibido

Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social.

Ler realmente não faz bem.

A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com sua imaginação.

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens?

Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.

Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.

É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova... Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.

Ler nos faz entender a sociedade e o sistema em que vivemos; Ler nos faz criticá-los e nos rebelarmos. Entenderíamos a verdade por trás da política, da religião e da alienante cultura de massa. Isso não seria bom para o sistema, para o capitalismo, para religião, para ninguém.

Não seria bom nem para o próprio homem. Imagine acordar de um sonho e se deparar com a realidade. Descobrir que o céu não é azul; que a lua não fica maior quando está no horizonte. Que não somos todos iguais, como diz a nossa Constituição. Que Deus, talvez não exista!
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.

Ler pode tornar o homem perigosamente humano.




quarta-feira, 28 de abril de 2010

Lançada a Pre-Candidatura do Professor Romanely Saraiva para Deputado Estadual

É com imenso prazer que comunico a todos vocês, meus amigos, alunos, parceiros e todos que acreditam que através da educação, muito trabalho e honestidade, podemos fazer do nosso país uma nação mais digna e justa para todos nós.

Faço deste um canal ABERTO para tirarem suas dúvidas e conhecerem o projeto que está sendo desenvolvido em busca de uma Minas Gerais melhor.